
São raras as acções, que sejam ilustres por si mesmas; dificilmente haverá algumas, que não deixem conhecer que vêm do homem. As maiores realidades admiram-se, porque se não conhecem; e juntamente porque nelas há um rico véu, que as cobre. A beleza em tudo nos atrai; a nossa admiração não pode passar além; donde a encontra, aí fica suspensa, e cega.
Isto sucede nas acções dos homens; as mais sublimes, parece que nos cegam, e suspendem; e talvez seriam detestáveis, se lhes não ignorássemos as causas. Tudo o que tem ar de grande prende a nossa imaginação de sorte, que não fica livre para discorrer, senão no estado de grandeza em que a vê, e não para indagar de onde veio, nem como veio.
Obrigado Henrique, obrigado...
Rui Baião.
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