quarta-feira, 25 de março de 2009

sábado, 21 de março de 2009

Recordo-lhe...


13-Mar-2009

Nos aniversários dão-se parabéns e prendas. O sujeito fez anos. Anos à frente de um governo que se tem encarniçado a destruir a Escola Pública. Talvez preferisse um fatito Hugo Boss, mas dou-lhe tão-só uma caixinha de recordações, embrulhada em papel negro de desdita.
Recordo-lhe que em 4 anos de actividade produziu diplomas que envergonham aquisições mínimas do nosso sistema de ensino. O estatuto da carreira docente, a avaliação do desempenho dos professores, a gestão das escolas e o estatuto do aluno são apenas as pérolas. Mas a lista é longa.
Recordo-lhe que a coberto de uma rede propagandística que tornaria Goeebels num aprendiz, cortou, vergou, denegriu e fechou como um obcecado pelo extermínio.
Recordo-lhe que desertificou meticulosamente o interior.
Recordo-lhe que congelou salários, burocratizou até ao insuportável e escravizou com trabalho inútil.
Recordo-lhe que manipulou estatísticas, mentiu e abandalhou o ensino, na ânsia de diminuir o insucesso a qualquer preço.
Recordo-lhe que chamou profissional a uma espécie de ensino cuja missão é reter na escola, de qualquer jeito, os jovens que a abandonavam precocemente.
Recordo-lhe que abandonou centenas de alunos com necessidades educativas especiais.
Recordo-lhe que contratou crianças para promover produtos inúteis e aliciou pais com a mistificação da escola atempo inteiro.
Recordo-lhe que foi desumano com professores nas vascas da morte e usou e deitou fora milhares doutros, doentes, depois de garantir que não o faria.
Recordo-lhe que, com o concurso de titulares, promoveu a maior iniquidade de que guardo memória.
Recordo-lhe que enganou miseravelmente os jovens candidatos a professores e humilhou as instituições de ensino superior com a prova de acesso à profissão.
Recordo-lhe que desrespeitou leis fundamentais do país e, com grande despudor político, passou sem mossa por sucessivas condenações em tribunais.
Recordo-lhe que desrespeitou continuadamente a negociação sindical e fez da imposição norma.
Recordo-lhe que reduziu a metade os gastos com a Educação e aumentou para o dobro a distância que nos separava da Europa.
Recordo-lhe que perseguiu, chamou a polícia e incitou e premiou a bufaria.
Recordo-lhe que os professores portugueses não vão esquecer.


Santana Castilho

sexta-feira, 20 de março de 2009

EFA´s

Reflexão EFA – Secundário

Pressupostos:
Diversidade de percursos individuais dos formandos;
Orientação do currículo por níveis de competência;
Definição de actividades de desocultação.

Desafios:
Papel orientador do formador onde é minimizada a transmissão de conhecimentos/ conteúdos específicos;
Definição de actividades adequadas às competências e aos níveis de competência;
Capacidade do formador em desocultar nos formandos conhecimentos e competências já adquiridos:
Exercício de criatividade e de adaptação na avaliação face à diversidade de trajectos, conhecimentos e competências prévias.


As aulas dos cursos EFA começam muito antes das aulas efectivamente ditas. Há um longo trabalho preparatório das aulas de acordo com os princípios orientadores dos domínios de referência (DR’ s) estabelecidos para cada Núcleo-Gerador (competências-chave). Este trabalho é realizado pelos formadores, numa dinâmica conjunta (par pedagógico), numa visão global das competências a assumir pelos formandos no decurso das actividades propostas. Estas não assumem um carácter unicamente teórico, mas um carácter essencialmente prático, onde os alunos desocultarão as competências conquistadas no seu percurso privado, profissional, institucional na mobilização dos saberes.

É neste contexto que se desenvolve a maior complexidade. A capacidade de adaptação é fundamental. O formador deverá descentralizar as aulas de si, e remeter todos os seus esforços num contacto próximo do formando e para a realização das actividades. Todo o trabalho realizado no decurso das aulas e a sua participação (assiduidade) assume a maior importância, pois é nelas que as competências requeridas se manifestam ou não.

Outro grande desafio, que advém do primeiro, prende-se com a grande diversidade de percursos (histórias de vida, profissões, faixa etária, níveis culturais, capacidades cognitivas e vivências da escola do passado). Não estamos perante uma turma “regular”, onde apesar da diversidade, existem situações comuns, como a idade média dos alunos, níveis cognitivos e motivações semelhantes.

Num curso EFA cada aluno é uma «turma», um «mundo» na profunda diferença de pessoas, de experiências de vida e profissionais que se assumem completamente distintas, e que o formador deverá tomar enquanto projecto de «viagem». Quando o formador assume em si, o grau de adaptação exigido e a diversidade humana e intelectual presentes, torna-se em paralelo um elemento fundamental neste processo, transformando as aulas em momentos de aprendizagens mútuas.

Um outro desafio prende-se com a noção de comunicação. O intercâmbio de situações de aprendizagem, obstáculos e experiências é fundamental entre formadores, no sentido dum constante aperfeiçoamento de pedagogias que se querem cada vez mais adequadas.

Assume, de igual importância, a preparação dos formandos para cada actividade proposta. A compreensão de cada actividade e o que se pretende enquanto competência a ser manifestada, coloca o formando na necessidade de corresponder, de revelar os seus conhecimentos e evidenciar competências.

Por fim, compreende-se que ser professor/formador, em diferentes contextos, resulta duma profunda necessidade, a de ensinar, esperando com isso alterar condutas e visões de vida num íntimo apelo ao crescer da humanidade, de cada um e de todos.
Rui Baião.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Crise...


Para pensar...e muito!


Primeiro levaram os negros,
Mas não me importei com isso, Eu não era negro.
Em seguida levaram alguns operários, Mas não me importei com isso, Eu também não era operário.
Depois prenderam os miseráveis, Mas não me importei com isso, Porque eu não sou miserável.
Depois agarraram uns desempregados, Mas como tenho o meu emprego, Também não me importei.
Agora estão me levando, Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém, Ninguém se importa comigo.

Bertold Brecht (1898-1956)

sábado, 14 de março de 2009

Blasted Mechanism





Música "Start to Move" com excertos de Agostinho da Silva

quinta-feira, 12 de março de 2009

segunda-feira, 9 de março de 2009

domingo, 8 de março de 2009

«Boca do Inferno»...



«Neste momento, é óbvio para todos que a culpa do estado a que chegou o ensino é (sem querer apontar dedos) dos professores.Só pode ser deles, aliás. Os alunos estão lá a contragosto, por isso não contam. O ministério muda quase todos os anos, por isso conta ainda menos. Os únicos que se mantêm tempo suficiente no sistema são os professores. Pelo menos os que vão conseguindo escapar com vida.É evidente que a culpa é deles. E, ao contrário do que costuma acontecer nesta coluna, esta não é uma acusação gratuita. Há razões objectivas para que os culpados sejam os professores.Reparem: quando falamos de professores, estamos a falar de pessoas que escolheram uma profissão em que ganham mal, não sabem onde vão ser colocados no ano seguinte e todos os dias arriscam levar um banano de um aluno ou de qualquer um dos seus familiares.O que é que esta gente pode ensinar às nossas crianças? Se eles possuíssem algum tipo de sabedoria, tê-ia-iam usado em proveito próprio. É sensato entregar a educação dos nossos filhos a pessoas com esta capacidade de discernimento? Parece-me claro que não.A menos que não se trate de falta de juízo mas sim de amor ao sofrimento.O que não posso dizer que me deixe mais tranquilo. Esta gente opta por passar a vida a andar de terra em terra, a fazer contas ao dinheiro e a ensinar o Teorema de Pitágoras a delinquentes que lhes querem bater. Sem nenhum desprimor para com as depravações sexuais - até porque sofro de quase todas - não sei se o Ministério da Educação devia incentivar este contacto entre crianças e adultos masoquistas.Ser professor, hoje, não é uma vocação, é uma perversão.Antigamente, havia as escolas C+S; hoje,caminhamos para o modelo de escola S/M. Havia os professores sádicos, que espancavam alunos; agora há os professores masoquistas, que são espancados por eles. Tomando sempre novas qualidades, este mundo.Eu digo-vos que grupo de pessoas produzia excelentes professores: o povo cigano.Já estão habituados ao nomadismo e têm fama de se desenvencilhar bem das escaramuças. Queria ver quantos papás fanfarrões dos subúrbios iam pedir explicações a estes professores. Um cigano em cada escola, é a minha proposta.Já em relação a estes professores que têm sido agredidos, tenho menos esperança.Gente que ensina selvagens filhos de selvagens e, depois de ser agredida, não sabe guiar a polícia até à árvore em que os agressores vivem, claramente, não está preparada para o mundo.



Ricardo Araújo Pereira in Opinião, Boca do Inferno, Revista Visão.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Quaresma...


Tal como disse Cícero:"A minha consciência tem mais peso para mim do que a opinião do mundo inteiro".



A TODOS UMA QUARESMA SENTIDA, com toda a alegria do MUNDO!!