sexta-feira, 20 de março de 2009

EFA´s

Reflexão EFA – Secundário

Pressupostos:
Diversidade de percursos individuais dos formandos;
Orientação do currículo por níveis de competência;
Definição de actividades de desocultação.

Desafios:
Papel orientador do formador onde é minimizada a transmissão de conhecimentos/ conteúdos específicos;
Definição de actividades adequadas às competências e aos níveis de competência;
Capacidade do formador em desocultar nos formandos conhecimentos e competências já adquiridos:
Exercício de criatividade e de adaptação na avaliação face à diversidade de trajectos, conhecimentos e competências prévias.


As aulas dos cursos EFA começam muito antes das aulas efectivamente ditas. Há um longo trabalho preparatório das aulas de acordo com os princípios orientadores dos domínios de referência (DR’ s) estabelecidos para cada Núcleo-Gerador (competências-chave). Este trabalho é realizado pelos formadores, numa dinâmica conjunta (par pedagógico), numa visão global das competências a assumir pelos formandos no decurso das actividades propostas. Estas não assumem um carácter unicamente teórico, mas um carácter essencialmente prático, onde os alunos desocultarão as competências conquistadas no seu percurso privado, profissional, institucional na mobilização dos saberes.

É neste contexto que se desenvolve a maior complexidade. A capacidade de adaptação é fundamental. O formador deverá descentralizar as aulas de si, e remeter todos os seus esforços num contacto próximo do formando e para a realização das actividades. Todo o trabalho realizado no decurso das aulas e a sua participação (assiduidade) assume a maior importância, pois é nelas que as competências requeridas se manifestam ou não.

Outro grande desafio, que advém do primeiro, prende-se com a grande diversidade de percursos (histórias de vida, profissões, faixa etária, níveis culturais, capacidades cognitivas e vivências da escola do passado). Não estamos perante uma turma “regular”, onde apesar da diversidade, existem situações comuns, como a idade média dos alunos, níveis cognitivos e motivações semelhantes.

Num curso EFA cada aluno é uma «turma», um «mundo» na profunda diferença de pessoas, de experiências de vida e profissionais que se assumem completamente distintas, e que o formador deverá tomar enquanto projecto de «viagem». Quando o formador assume em si, o grau de adaptação exigido e a diversidade humana e intelectual presentes, torna-se em paralelo um elemento fundamental neste processo, transformando as aulas em momentos de aprendizagens mútuas.

Um outro desafio prende-se com a noção de comunicação. O intercâmbio de situações de aprendizagem, obstáculos e experiências é fundamental entre formadores, no sentido dum constante aperfeiçoamento de pedagogias que se querem cada vez mais adequadas.

Assume, de igual importância, a preparação dos formandos para cada actividade proposta. A compreensão de cada actividade e o que se pretende enquanto competência a ser manifestada, coloca o formando na necessidade de corresponder, de revelar os seus conhecimentos e evidenciar competências.

Por fim, compreende-se que ser professor/formador, em diferentes contextos, resulta duma profunda necessidade, a de ensinar, esperando com isso alterar condutas e visões de vida num íntimo apelo ao crescer da humanidade, de cada um e de todos.
Rui Baião.

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