quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Ser?



Não tenho pressa. Pressa de quê?
Não têm pressa o sol e a lua: estão certos.Ter pressa é crer que a gente passa adiante das pernas,Ou que, dando um pulo, salta por cima da sombra.
Não, não sei ter pressa.Se estendo o braço, chego exactamente aonde o meu braço chega - Nem um centímetro mais longe.
Toco só onde toco, não aonde penso.Só me posso sentar aonde estou.E isto faz rir como todas as verdades absolutamente verdadeiras,Mas o que faz rir a valer é que nós pensamos sempre noutra coisa,E vivemos vadios da nossa realidade.E estamos sempre fora dela porque estamos aqui.


Alberto Caeiro

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

OCDE???

Chamo a atenção para o equívoco que a Comunicação Social tem divulgado. O estudo não é da OCDE. É desenvolvido por um grupo de peritos "liderado por Peter Matthews" e segue os critérios ("metodologia e abordagem") da OCDE. E foi solicitado pelo ME, que, para abonar a credibilidade, assegura que foi elaborado por uma equipa de peritos internacionais de independentes (para quê referir expressamente "independentes"?!). E baseia-se nas informações fornecidas pelo ME. Tudo isto se lê na página derosto do ME, de que transcrevo o seguinte: "Solicitado pelo Ministério da Educação (ME), este estudo corresponde a uma avaliação intermédia, realizada durante a fase de implementação das reformas, com o objectivo de verificar se as medidas desenvolvidas estão a atingir os resultados previstos e se as estratégias adoptadas devem ser ajustadas em função da experiência. Liderada pelo professor Peter Matthews, esta avaliação seguiu a metodologia e a abordagem que a OCDE tem utilizado para avaliar as políticas educativas em muitos países-membros, ao longo dos anos, com resultados positivos".
Abílio Carvalho
Já agora, quanto é que pagaram à equipa de Peter Mattews? Eu conheço a forma de trabalhar dos peritos internacionais. Actuam em rede e juntam-se por afinidades intelectuais e políticas. Oferecem os seus serviços aos Governos e às Organizações Internacionais Globalistas, como a OCDE. Regra geral, fazem-se pagar muito bem: no mínimo 25000 euros por mês de trabalho. Se o pagamento for feito à totalidade do relatório, o montante aproxima-se dos 200 mil euros. A metodologia é a habitual: o Gabinete da Ministra tem um "oficial" de ligação que fornece aos peritos toda a informação; os peritos fazem duas ou três deslocações curtas a Portugal para entrevistarem pessoal de topo do ME e é tudo. Depois, é só escrever o Relatório. Regra geral, não há lugar para observações prolongadas nas escolas nem a entrevistas a professores, alunos e pais. Logo que consiga ter acesso à metodologia do Relatório, analisarei, em concreto, os procedimentos da equipa liderada por Peter Mattews. Aposto que não foi muito diferente da que aqui relatei.

Reparem nesta conclusão do Relatório:
"A alteração das regras de gestão das escolas, designadamente no que respeita à eleição do director, é encarada de forma positiva, na medida em que permite uma escolha baseada no mérito profissional dos candidatos." (Fonte: ME). Então, os peritos internacionais "independentes" pagos pelo Governo de José Sócrates não sabem que os actuais PCEs já têm formação especializada em gestão escolar? E que os novos directores até podem não ter a categoria de titulares? Para quem diz que a categoria de titular serve para distinguir o mérito e diferenciar os professores, há aqui qualquer coisa que não bate certo!
Imagem: foto de instalação artística de Christo, em Paris.

Publicada por Ramiro Marques em 18:22

domingo, 25 de janeiro de 2009

Eheh!

Versão portuguesa do lema de Obama:
"YES, WEEKEND"

Mário Crespo...



Avaliadora avaliada

00h00m

Porque a realidade excede os meus dotes ficcionais, esta Ficha de Avaliação
da Doutora Maria de Lurdes Rodrigues, Ministra da Educação, assenta nos
critérios seguidos pelo seu Ministério incluindo, a terminologia usada na
avaliação de docentes, o número de alíneas e a bitola de classificação.

Níveis de Pontuação: Mínimo 3, máximo 10.

A - Preparação e execução de actividades.

A - 1 Correcção científico-pedagógica e didáctica da planificação.

Classificação obtida - Nível 3

(Não efectuou as reformas previstas no Programa do Governo por falta de
trabalho preparatório. As cenas de pugilato, luta greco-romana e intimidação
por arma de fogo simulada nas áreas que lhe foram confiadas vão originar um
aumento significativo da despesa pública com a contratação à Blackwater (por
ajuste directo) de um mercenário israelita por cada sala de aula e dois nas
salas dependentes da DREN).

A - 2 Adequação de estratégias.

Classificação obtida - Nível 3

(Não definiu linhas de rumo nem planos de acção que permitissem concretizar
a missão delineada, usando como benchmarking nacional os parâmetros
seguidos no sistema educativo da Faixa de Gaza.)

A - 3 Adaptação da planificação e das estratégias.

Classificação obtida - Nível 3

(Não obteve eficácia aferível em três anos de actividade, consumindo no
processo a maior parcela de verba pública atribuída a um Ministério. Insistiu em
manter o organograma dos seus serviços (em particular da DREN) inspirado no
modelo das Tentações de Santo Antão de Jeronimus Bosh).

A - 4 Diversidade, adequação e correcção científico-pedagógica das
metodologias e recursos utilizados.



Classificação obtida - Nível 3

(A observação empírica dos resultados é indiciária de um inadequado e/ou
incorrecto aproveitamento de recursos disponibilizados em sucessivos
Orçamentos de Estado em tal monta que fazem o BPP parecer uma operação
rentável. Adicionalmente, o seu Ministério atingiu tal desordem que faz a
Assembleia Geral do Benfica parecer um retiro de monges Cartuxos).

B - Realização de actividades.

Classificação obtida - Nível 3

(A avaliação conclui que à incapacidade da avaliada na "promoção de clima
favorável" se junta a insuficiência de valências de conhecimentos gerais
essenciais, como o atesta a confusão que fez a 23 de Junho de 2005 pp. em
entrevista televisionada, falhando na distinção entre "República" e "Governo da
República". Isto deu novas dimensões ao Estatuto da Autonomia dos Açores e
inspirou o Chefe do Estado a crescentes afrontas à vontade do Parlamento
com graves e desgastantes consequências para o executivo.

Nas secções C e D da Ficha de Avaliação do Ministério da Educação, nos
quatro subgrupos, a avaliada obteve oito classificações de Nível 3, pelo que,
feita a média aritmética dos dezasseis parâmetros cotados lhe é atribuída a
classificação geral de Insuficiente. Recomenda-se que sejam propostas à
Doutora Maria de Lurdes Rodrigues as seguintes opções: integrar o quadro de
mobilidade especial até colocação em Baucau; frequentar um curso das Novas
Oportunidades e/ou filiar-se no Movimento Esperança Portugal; aceitar o 12º
lugar na lista de espera para o próximo Conselho de Administração da FLAD;
frequentar o curso de formação do INA - Limites da Autonomia Regional; ser
animadora de As Tardes de Maria de Lurdes na RTP África; integrar a quota
ainda disponível para antigos executivos socialistas na Mota Engil, Iberdrola ou
BCP.

in JN

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Greve!


Para reflectir...






Era uma vez uma cobra que começou a perseguir um pirilampo. Ele fugia com medo da feroz predadora, mas a cobra não desistia. Um dia, já sem forças, o pirilampo parou e disse à cobra: - Posso fazer três perguntas?- Podes. Não costumo abrir esse precedente, mas já que te vou comer, podes perguntar. - Pertenço à tua cadeia alimentar? - Não. - Fiz-te alguma coisa?- Não.- Então porque é que me queres comer? - PORQUE NÃO SUPORTO VER-TE BRILHAR!!!E é assim.... Diariamente, tropeçamos em cobras!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

RAP...




Circunspecção de mau gosto


Julgo que a opinião da directora da DREN, Margarida Moreira, segundo a qual a ameaça a uma professora com uma arma de plástico foi uma brincadeira de mau gosto, é uma brincadeira de mau gosto. Mais uma vez se prova que a crítica de cinema é extremamente subjectiva. Eu também vi o filme no YouTube e não dei pela brincadeira de mau gosto. Vi dois ou três encapuzados rodearem uma professora e, enquanto um ergue os punhos e saltita junto dela, imitando um pugilista em combate, outro aponta-lhe uma arma e pergunta: «E agora, vai dar-me positiva ou não?» Na qualidade de apreciador de brincadeiras de mau gosto, fiquei bastante desapontado por não ter detectado esta antes da ajuda de Margarida Moreira.
Vejo-me então forçado a dizer, em defesa das brincadeiras de mau gosto, que, no meu entendimento, as brincadeiras de mau gosto têm duas características encantadoras: primeiro, são brincadeiras; segundo, são de mau gosto. Brincar é saudável, e o mau gosto tem sido muito subvalorizado. No entanto, aquilo que o filme captado na escola do Cerco mostra aproxima-se mais do crime do que da brincadeira. E os crimes, pensava eu, não são de bom-gosto nem de mau gosto. Para mim, estavam um pouco para além disso – o que é, aliás, uma das características encantadoras dos crimes. Se, como diz Margarida Moreira, o que se vê no vídeo se enquadra no âmbito da brincadeira de mau gosto, creio que acaba de se abrir todo um novo domínio de actividade para milhares de brincalhões que, até hoje, estavam convencidos, tal como eu, que o resultado de uma brincadeira é ligeiramente diferente do efeito que puxar de uma arma, mesmo falsa, no Bairro do Cerco, produz.
O mais interessante é que Margarida Moreira, a mesma que agora vê uma brincadeira de mau gosto no que mais parece ser um delito, é a mesma que viu um delito no que mais parecia ser uma brincadeira de mau gosto. Trata-se da mesma directora que suspendeu o professor Fernando Charrua por, numa conversa privada, ele ter feito um comentário desagradável, ou até insultuoso, sobre o primeiro-ministro. Ora, eu não me dou com ninguém que tenha apontado uma arma de plástico a um professor, mas quase toda a gente que conheço já fez comentários desagradáveis, ou até insultuosos, sobre o primeiro-ministro. Se os primeiros são os brincalhões e os segundos os delinquentes, está claro que preciso de arranjar urgentemente novos amigos.