
Descubro um mundo antigo inteiro
de pássaros que cantam
pela transparência da manhã
e fazem em festa os ninhos
nos muros de pedra, nos ciprestes
nas oliveiras, espalhando alegremente
perfumes quentes de roseiras
de morangos silvestres
de frescura de fontes e de brilhos.
O silêncio apenas regressa com o luar.
Então a sombra aquieta-se na noite
e a música é outra e é de longe
ou de mais fundo.
O lugar adormece assim dia após dia
e eu não sei se sonhei se é verdadeiro.
Rui Baião («armado» em qualquer coisa)
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