terça-feira, 29 de julho de 2008

Mar...





Descubro um mundo antigo inteiro
de pássaros que cantam
pela transparência da manhã
e fazem em festa os ninhos
nos muros de pedra, nos ciprestes
nas oliveiras, espalhando alegremente
perfumes quentes de roseiras
de morangos silvestres
de frescura de fontes e de brilhos.


O silêncio apenas regressa com o luar.


Então a sombra aquieta-se na noite
e a música é outra e é de longe
ou de mais fundo.


O lugar adormece assim dia após dia
e eu não sei se sonhei se é verdadeiro.



Rui Baião («armado» em qualquer coisa)

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